Motivação
Motivação
Em 2014, pela primeira vez, a maior distinção criada pela União Internacional de Matemática, a Medalha Fields, foi parar em mãos femininas. A agraciada foi a iraniana Maryam Mirzakhani que recebeu o prêmio pelos seus estudos realizados na Universidade de Stanford. Coincidentemente, no que nos foi possível averiguar, as iniciativas de ações com objetivo de debater a desigualdade de gênero em ciências, tardiamente, tiveram início no Brasil neste mesmo ano com a promoção do I Seminário Mulher e Ciência, ocorrido no Instituto Nacional do Câncer (INCA), no Rio de Janeiro. O mesmo evento já aconteceu em mais duas edições, em 2016, na Universidade Federal Fluminense (UFF) e em 2018, novamente, no INCA. Outras iniciativas importantes foram o Encontro Paulista de Mulheres em Matemática, realizado na Unicamp em 2016; o Primeiro Encontro Paranaense de Mulheres na Matemática, realizado na UFPR em 2018; e o 1o Encontro Fluminense de Mulheres em Biomatemática, realizado no CEFET RJ também em 2018. Tivemos ainda o ciclo de debates Matemática: substantivo feminino, realizado no período de agosto de 2017 a junho de 2018 em diversas universidades e regiões do país. Ainda em 2018, o Brasil teve a oportunidade de receber o primeiro World Meeting for Women in Mathematics – (WM)², um evento satélite do ICM 2018, no Rio de Janeiro. Em todas as ocasiões discutiu-se temas de interesse com propriedade como:
como conciliar a formação profissional em matemática sem abrir mão da maternidade, entendida por muitos como fator de desaceleração da trajetória acadêmica e limitador da remuneração feminina;
como combater nas sociedades tradicionais o desestímulo para que as meninas alcancem seu pleno potencial acadêmico, negando a ideia conservadora de que as mulheres não têm aptidão para a matemática;
como atrair moças a atuar em matemática em uma sociedade que não valoriza a ciência e tem, em geral, uma imagem negativa do cientista;
como combater o preconceito de que as mulheres não possuem a mesma ambição profissional do que os homens e por isso não alcançam postos elevados de trabalho;
Alguns diagnósticos começam a surgir, assim como ações efetivas visando a melhoria da situação das mulheres em ciências. As primeiras vitórias aparecem, como o reconhecimento pelo CNPq através da Lei 13.536/2017, aprovada no último ano, que garante que estudantes bolsistas de pesquisa terão direito a afastamento por maternidade ou adoção, podendo suspender as atividades acadêmicas por até 120 dias recebendo bolsa. E ainda, a medida do CNPq que garante que Bolsistas de Produtividade em Pesquisa (PQ) do CNPq grávidas terão o direito a um ano adicional quando tiverem filhos, assegurando as condições mínimas para que as mães bolsistas não interrompam suas pesquisas.
Objetivos
Apesar dos avanços, há muito a se fazer. É preciso garantir que a igualdade de gêneros em matemática seja uma realidade no Brasil. Para tanto, este comitê tem como principais objetivos:
Promover campanhas para que nos eventos científicos da área passem a ter significativo número de mulheres nas comissões organizadoras e nas palestras principais;
Incentivar a participação feminina na SBMAC. Hoje somos 97 sócias efetivas dos 435 sócios adimplentes da SBMAC. Observamos que atualmente existem apenas 5 matemáticas na Academia Brasileira de Ciências (3 membros titulares e 2 afiliadas), segundo o Site da instituição;
Incentivar a divulgação da história das mulheres em matemática. De Hipátia de Alexandria a Maryam Mirzakhani, com destaque especial as brasileiras, combatendo estereótipos e dando visibilidade à qualidade do trabalho produzido por mulheres em matemática;
Incentivar políticas afirmativas, de combate ao preconceito e negação do problema;
Incentivar ações como eventos que discutam a questão de gênero em matemática, livros e outros materiais para divulgação do trabalho feminino na área.
Como benefícios aos membros do grupo, estes farão parte de uma rede colaborativa ativa que já pretende no próximo ano promover uma série de ações (descritas mais adiante). Também será criada uma lista de discussões via Internet, que terá também a função de canal de divulgação de ações, eventos e projetos.
Coordenação
Gestão 2023-2025
Mirela Vanina de Mello
Juliana Ricardo Nunes
Alejandra Rada
Deisemara Ferreira
Gestão 2022-2023
Marilaine Colnago
Evelise R. C. G. Freire
Grasiele C. Jorge
Mirela Vanina Mello
Gestão 2021-2022
Marilaine Colnago
Michelli M. C. de Oliveira
Evelise R. C. G. Freire
Grasiele C. Jorge
Gestão 2018-2021
Dayse Haime Pastore
Cristiane Oliveira Faria
Cláudia Mazza Dias
Sandra M. Cardoso Malta